terça-feira, 21 de agosto de 2007

Porque comer pimentas?

Chile-Head é uma expressão da língua inglesa que pode ser traduzida como "conhecedor de pimenta". Ser um Chile-Head é um negócio sério. Significa expressão e devoção a todas as coisas relacionadas às pimentas, não apenas "o quanto arde?, mas sua duração na boca, o sabor que permanece, o crescimento, o cultivo e a cozinha, entre outras. Mas o que existe de tão profundo em gostar de pimentas?
A razão é que quando se come pimentas um componente químico encontrado dentro delas, chamado de capsaicina, irrita células específicas do nosso organismo relacionadas à dor. Existem células receptoras da dor localizadas por toda a boca, nariz e garganta. Quando seus nervos captam a dor induzida pelo componente químico destas células, elas imediatamente começam a transmitir mensagens de dor para seu cérebro.
Seu cérebro recebe estes sinais e respondem automaticamente produzindo endorfinas (nosso combatente natural para a dor) . Essas endorfinas agindo contra a dor, ao mesmo tempo, criam uma sensação temporária de euforia, dando a pessoa que come pimentas, uma sensação de bem estar.
Outras respostas do organismo incluem aumento do batimento cardíaco, aumento do metabolismo, aumento da salivação para tentar refrescar a boca e aumento da sudorese. Seu nariz também começa a escorrer e o trato gastrointestinal trabalha com maior velocidade. Amantes de comidas quentes e condimentadas logo começam a desejar sempre estas sensações quando comem e são logo apanhadas comendo mais pimentas.
Muito científico, então esqueça e apenas aproveite o sabor ardente deste condimento e faça sua refeição apenas pelo prazer!

sexta-feira, 10 de agosto de 2007


PÁLIDA E LOIRA (António Feijó 1859-1917)
Morreu. Deitada no caixão estreito,
Pálida e loira, muito loira e fria,
O seu lábio tristíssimo sorria
Como num sonho virginal desfeito.

- Lírio que murcha ao despontar do dia,
Foi descansar no derradeiro leito,
As mãos de neve erguidas sobre o peito,
Pálida e loira, muito loira e fria...

Tinha a cor da rainha das baladas
E das monjas antigas maceradas,
No pequenino esquife em que dormia...

Levou-a a morte na sua graça adunca!
E eu nunca mais pude esquece-la, nunca!
Pálida e loira, muito loira e fria...
(António Feijó, in Líricas e Bucólicas, 1884
)
Curiosidade:
Nasceu em Ponte de Lima. Diplomata de carreira, viveu vários anos no Brasil e na Suécia, onde veio a morrer. Muito versátil, dando largas a uma sensibilidade delicada e mórbida, Feijó faz com que na sua poesia confluam muitas das tendências do século XIX, embora seja predominantemente um tom de orientalista simbolista que o aproxima de Camilo Pessanha.
Casou-se com uma moça da família Levin na Suécia para quem fez estes versos post-mortem.
Esta mesma família Levin tem ainda seus descendentes dos quais faço parte.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007


Arnaldo Jabor

-Brasileiro é um povo solidário. Mentira. Brasileiro é babaca.
Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida;
Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza;
Aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade...
Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária. É coisa de gente otária.
-Brasileiro é um povo alegre. Mentira. Brasileiro é bobalhão.-Fazer piadinha com as imundícies que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada.
Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo, ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai. Brasileiro tem um sério problema. Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo. -Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira.Brasileiro é vagabundo por excelência. - O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo.
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo.
Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.
Brasileiro é um povo honesto. Mentira. - Já foi; hoje é uma qualidade em baixa. - Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso. Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas.
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira. - Já foi. Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da Guerra do Paraguai ali se instalaram. Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha outra alternativa e não concordava com o crime. Hoje a realidade é diferente. Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como "aviãozinho" do tráfico para ganhar uma grana legal. Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas. Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas. O Brasil é um pais democrático. Mentira. Num país democrático a vontade da maioria é Lei. A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente.
Num país onde todos têm direitos mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia. Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita. Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores). Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar.
Democracia isso? Pense !O famoso jeitinho brasileiro.Na minha opinião um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política brasileira. Brasileiro se acha malandro, muito esperto. Faz um "gato" puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar.
No outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto...malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí? Afinal somos penta campeões do mundo né? Grande coisa... O Brasil é o país do futuro. Caramba , meu avô dizia isso em 1950. Muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avôs se ainda estivessem vivos. Dessa vergonha eles se safaram... Brasil, o país do futuro!? Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo. Deus é brasileiro. Puxa, essa eu não vou nem comentar...O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a história brasileira.
Para finalizar tiro minha conclusão:
O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta de
apanhar. Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse e-mail, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente. Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta. Afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão.Temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: Água doce!Só falta boa vontade, será que é tão difícil assim?
FAÇA A SUA PARTE .







segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Tópico filosófico do dia.
"...desgraçadas genitoras, de tristeza e decepção os filhos também morrem".

sábado, 4 de agosto de 2007

... e o mundo mudou desde este anúncio. Para melhor?





DALILA

Fair defect of nature

MILTON — Paradise Lost

Foi desgraça, meu Deus!... Não!... Foi loucura
Pedir seiva de vida — à sepultura,
Em gelo — me abrasar,
Pedir amores — a Marco sem brio,
E a rebolcar-me em leito imundo e frio
— A ventura buscar.

Errado viajor — sentei-me à alfombra
E adormeci da mancenilha à sombra
Em berço de cetim...
Embalava-me a brisa no meu leito...
Tinha o veneno a lacerar-me o peito
— A morte dentro em mim...

Foi loucura!... No ocaso — tomba o astro;
A estátua branca e pura de alabastro
— Se mancha em lodo vil...
Quem rouba a estrela — à tumba do ocidente?
Que Jordão lava na lustral corrente
O marmóreo perfil?...

.......................................................................

Talvez!... Foi sonho!... Em noite nevoenta
Ela passou sozinha, macilenta,
Tremendo a soluçar...
Chorava — nenhum eco respondia...
Sorria — a tempestade além bramia...
E ela sempre a marchar.

E eu disse-lhe: Tens frio? — arde minha alma.
Tens os pés a sangrar? — podes em calma
Dormir no peito meu.
Pomba errante — é meu peito um ninho vago!
Estrela — tens minha alma — imenso lago —
Reflete o rosto teu!. . .

E amamos — Este amor foi um delírio...
Foi ela minha crença, foi meu lírio,
Minha estrela sem véu...
Seu nome era o meu canto de poesia,
Que com o sol — pena de ouro — eu escrevia
Nas lâminas do céu.

Em seu seio escondi-me... como à noite
Incauto colibri, temendo o açoite
Das iras do tufão,
A cabecinha esconde sob as asas,
Faz seu leito gentil por entre as gazas
Da rosa do Japão.

E depois... embalei-a com meus cantos
Seu passado esqueci... lavei com prantos
Seu lodo e maldição...
... Mas um dia acordei... E mal desperto
Olhei em torno a mim. . . — Tudo deserto...
Deserto o coração...

Ao vento, que gemia pelas franças
Por ela perguntei... de suas tranças
À flor que ela deixou...
Debalde... Seu lugar era vazio...
E meu lábio queimado e o peito frio,
Foi ela que o queimou...

Minha alma nodoou no ósculo imundo,
Bem como Satanás — beijando o mundo —
Manchou a criação,
Simum — crestou-me da esperança as flores...
Tormenta — ela afogou nos seus negrores
A luz da inspiração ...

Vai, Dalila!... É bem longa tua estrada...
É suave a descida — terminada
Em báratro cruel.
Tua vida — é um banho de ambrosia...
Mais tarde a morte e a lâmpada sombria
Pendente do bordel.

Hoje flores... A música soando...
As perlas do Champagne gotejando
Em taças de cristal.
A volúpia a escaldar na louca insônia...
Mas sufoca os festins de Babilônia
A legenda fatal.

Tens o seio de fogo e a alma fria.
O cetro empunhas lúbrico da orgia
Em que reinas tu só!...
Mas que finda o ranger de uma mortalha,
A enxada do coveiro que trabalha
A revolver o pó.

Não te maldigo, não!... Em vasto campo
Julguei-te — estrela, — e eras — pirilampo
Em meio à cerração...
Prometeu — quis dar luz à fria argila...
Não pude... Pede a Deus, louca Dalila,
A luz da redenção!! ...

Recife — 1864. C.A.