quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Viva a sociedade alternativa. (Ahn?!?!)
O Rio de Janeiro está em Guerra. Não vou entrar no mérito da discussão sobre quando de fato essa guerra começou. Intento com esse texto abordar as questões que inevitavelmente bateram à minha porta frente à situação em que se encontra a minha cidade nesse momento. Traficantes de drogas se uniram para provocar ondas de terror. Ônibus são queimados em diversos subúrbios da cidade bem como em bairros da zona sul. Trocas de tiros a qualquer hora do dia ou da noite perseguem os ouvidos e atravessam o caminho casa-trabalho dos cidadãos mais e menos honrosos que existem. A morte torna-se evento cada vez mais possível e menos extraordinário. As mídias impressas e televisivas se aproveitam da conjectura para promover um circo dos horrores à custa do desespero alheio. A indústria cinematográfica expõe o real e encanta espectadores pelo mero fato de transmitir a mensagem do quão mal o homem pode ser. E o desespero se engrandece e se transforma no combustível para toda a movimentação das massas, que é marca das grandes cidades. O desespero acompanha o trabalhador rumo ao trabalho e o guia rumo à residência. O sentido de tudo fica abstrato demais e conversar sobre outra coisa é impossível. O desespero é produzido, reproduzido, introduzido nas cabeças como uma bala perdida. Tiroteio no rebouças. Bomba na General Osório. Arrastão na PUC. Nada disso aconteceu. Quem disparou essa "verdade" em meus ouvidos eu ainda não sei.
Os universitários da elite se preocupam com o adiamento de provas e conseqüente adiamento do início das férias – o que prejudica seus planos de viagem para o exterior. Os empresários se preocupam com a falta dos funcionários, prejudicando seus lucros. Os políticos se preocupam com as Olimpíadas de 2014. A comunidade internacional se preocupa em riscar o Rio de seus destinos turísticos. Os poetas se preocupam em absorver esse caos para produzir versos com conteúdo contemporâneo. Os paulistas se preocupam em afirmar que a cidade deles é melhor de se viver. As peruas se preocupam em usar o carro blindado de seus maridos. A presidente recém eleita se preocupa em elogiar publicamente o governador do estado, que se preocupa em mandar o secretário de segurança pública ao Jornal Nacional para abordar o tema com serenidade e (pseudo) certeza quando às ações desastrosas da polícia. O Jornal Nacional se preocupa em editar as imagens mais chocantes e expô-las ao término do telejornal. Os policiais se preocupam em matar e não morrer. Os traficantes se preocupam em não morrer e matar.
Alguns se preocupam em assistir a tudo para terem o que conversar. Outros se preocupam em mudar o canal e continuar assistindo à novela. Eu me preocupo em encontrar alguém que se preocupe por mim. Cuidado é bom... Como somos pequenos.
Uns tem muitas certezas. Outros as tiveram seqüestradas.
Mas, porque nos “pré-ocupamos”? Porque não nos ocupamos de ação? No presente. A ação conhece as mais diversas lógicas e formas de linguagem. Não é a literalidade de correr, agachar, apontar, atirar.
As coisas não são o que são. São o que fazemos com elas. Temos esse poder.
Matheus Senra (25.11.2010)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A Cidade dos Anjos

Não posso me esquecer da minha visita ao famoso Cemitério da Recoleta em Buenos Aires. Este cemitério foi tomado dos monges "recoletos" pelo governador da província Martín Rodrigues em 1822 e por muitos anos foi o local de escolha como última morada dos "bem-nascidos" de Buenos Aires. A grande maioria dos seus mausoléus foram copiados de cemitérios da França e Itália.
Tomei um susto ao passear pelas aléias da Recoleta. Cada bóvoda (mausoléu em castelhano) diferente das nossas, abrigam os caixões em prateleiras de mármore à vista de quem passar.É um espetáculo lúgubre e ao mesmo tempo há um que de"cápsulas do tempo" pois tudo alí parece que parou no tempo, no dia e hora em que eram enterrados. Famílias inteiras enterradas juntas, o que mais tarde fui saber que fora devido a epidemia de febre amarela que dizimou milhares de argentinos.
O povo argentino tem um que de mórbido o que de maneira nenhuma depõe contra eles muito pelo contrário, eles preservam seu passado e sempre vão revê-lo pois sabem que está bem guardado.

Anjo esculpido em mármore abrindo a porta para a
eternidade à uma jovem morta aos 19 anos em 1903

Dentre outras coisas que me chamaram a atenção foi esta belíssima poesia que fez uma mãe para o seu filho morto muito jovem em1945. Segue no original abaixo:

"Quién como yo sentirá el dolor 
se eras mi carne un pedazo en flor.
Se eras calco exacto de mi corazón.
Pedacito mio que iluminó Dios.
Con tu morte, hijo, empezo em mi vida,
un processo raro de reencarnación
porque ahora sí que tí llevo adentro
carne de mi carne, que forjó el amor.
Yo no lloro hijo porque tú te hás ido,
de mi lado en viaje de superación.
Lloro por la pena que tú habrás sentido
al deja la vida que tí dio el Señor.
Tú no has muerto hijo, mas que nunca hoy vives,
en mi entraña herida por un gran dolor.
Dolor de las madres, dolor de una vida,
que al nacer un hijo se convierte en flor.
Soy yo la que ha muerto aunque siga viva,
Soy yo la que tengo muerto el corazón.
Un buitre em mi pecho desangra mi herida
y sólo hay en mi alma angústia e dolor."
Tu madre.(Su madre le dedicó este verso dolido por una perdida que no debió ser).
Ele se chamava Héctor Ignacio Echeverry Garay


Mausoléu todo esculpido em mármore onde uma menina
morta repousa sobre um colchão.
UmaVirgem Maria com um menino ao colo no
interor de uma cripta.
Aí descansa Evita (Eva Maria Duarte de Perón)

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

domingo, 7 de novembro de 2010

Vintage Cupcakes


Lindos e calóricos ! Rsrs
São os vintage cupcakes, uma rede que tem crescido absurdamente e se espalha por todo Brasil. Aqui no Rio de Janeiro, já existe um quiosque da marca em diversos shoppings. Os bolinhos, são super fofos, delicados, coloridos e parecem de brinquedo, que dá até pena de comer! São mais de 10 opções de sabores: marshamallow, brigadeiro, chocolate e por aí vai... Me deram água na boca quando vi, e acabei comprando dois...mas sinceramente, não são tão maravilhosos assim, nada de excepcional. São saborosos, mas tem mais beleza do que conteúdo. MAS eu recomendo, pois um cupcake colorido nunca fez mal à ninguém. Muito pelo contrário, enche o dia de qualquer pessoa com alegria.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

YouTube

Acho que o YouTube foi uma das melhores invenções para a internet. Inclusive melhor que o google e as redes sociais...mentira. Não sei, hoje em dia cada uma dessas invenções completa a outra e cada uma dessas redes complementam a nossa vida. Eu não vivo mais sem elas... E foi pensando no YouTube que resolvi compartilhar com vocês um vídeo que quase não acreditei quando vi. Impressionante, mais é um bebê que fuma um cigarro atrás do outro, e que os pais querem que ele pare de fumar. Mas não é pela saúde não, é porque os pais não tem dinheiro para arcar com os gastos do cigarro do filho. Olha isso?! 



Pois é. Pasmem! 

Ele ainda faz cara de sem vergonha, e brinca livremente com o cigarro. Nem parece que tem 2 anos de idade, é um homenzinho, muito do precoce.

Obs! Comecei um novo blog com duas primas queridíssimas minhas, que são produtoras de moda. O nome da página é VFN www.veryfabulousnuts.blogspot.com, espero que gostem! ;)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Cronicando II

"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morreu esteja vivo, quem quase vive já morreu."

Luiz Fernando Veiríssimo 


Obs! Sem dúvidas, essa é a minha crônica preferida, linda linda linda. E domingo quase deu Serra, quase deu, mas não ganhou. Espero que a Dilma faça o melhor para o Brasil.