quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A Cidade dos Anjos

Não posso me esquecer da minha visita ao famoso Cemitério da Recoleta em Buenos Aires. Este cemitério foi tomado dos monges "recoletos" pelo governador da província Martín Rodrigues em 1822 e por muitos anos foi o local de escolha como última morada dos "bem-nascidos" de Buenos Aires. A grande maioria dos seus mausoléus foram copiados de cemitérios da França e Itália.
Tomei um susto ao passear pelas aléias da Recoleta. Cada bóvoda (mausoléu em castelhano) diferente das nossas, abrigam os caixões em prateleiras de mármore à vista de quem passar.É um espetáculo lúgubre e ao mesmo tempo há um que de"cápsulas do tempo" pois tudo alí parece que parou no tempo, no dia e hora em que eram enterrados. Famílias inteiras enterradas juntas, o que mais tarde fui saber que fora devido a epidemia de febre amarela que dizimou milhares de argentinos.
O povo argentino tem um que de mórbido o que de maneira nenhuma depõe contra eles muito pelo contrário, eles preservam seu passado e sempre vão revê-lo pois sabem que está bem guardado.

Anjo esculpido em mármore abrindo a porta para a
eternidade à uma jovem morta aos 19 anos em 1903

Dentre outras coisas que me chamaram a atenção foi esta belíssima poesia que fez uma mãe para o seu filho morto muito jovem em1945. Segue no original abaixo:

"Quién como yo sentirá el dolor 
se eras mi carne un pedazo en flor.
Se eras calco exacto de mi corazón.
Pedacito mio que iluminó Dios.
Con tu morte, hijo, empezo em mi vida,
un processo raro de reencarnación
porque ahora sí que tí llevo adentro
carne de mi carne, que forjó el amor.
Yo no lloro hijo porque tú te hás ido,
de mi lado en viaje de superación.
Lloro por la pena que tú habrás sentido
al deja la vida que tí dio el Señor.
Tú no has muerto hijo, mas que nunca hoy vives,
en mi entraña herida por un gran dolor.
Dolor de las madres, dolor de una vida,
que al nacer un hijo se convierte en flor.
Soy yo la que ha muerto aunque siga viva,
Soy yo la que tengo muerto el corazón.
Un buitre em mi pecho desangra mi herida
y sólo hay en mi alma angústia e dolor."
Tu madre.(Su madre le dedicó este verso dolido por una perdida que no debió ser).
Ele se chamava Héctor Ignacio Echeverry Garay


Mausoléu todo esculpido em mármore onde uma menina
morta repousa sobre um colchão.
UmaVirgem Maria com um menino ao colo no
interor de uma cripta.
Aí descansa Evita (Eva Maria Duarte de Perón)

2 comentários:

Mandalas e Luz disse...

Adorei o post!!! Faça mais!!!!! Mas com algo mais alegre tioo!! Beijos flaviaa

mlanat@yahoo.com.br disse...

Obrigado Flavinha ficou ótimo. Um beijão. Tio.